Pequenos passageiros clandestinos podem comprometer futuras missões espaciais
NotíciaPor muito tempo, os microbiologistas vêm dizendo que você deveria parar de pensar em si mesmo como "eu" e começar a pensar "nós". Por quê? Bem, a flora microbiana e a fauna que vivem em nossos corpos são essenciais para nossa existência continuada.
No entanto, embora existam bons micróbios, existem também micróbios mais nocivos; o tipo que causa infecções, intoxicação alimentar e outras doenças. Como o equilíbrio entre o bem e o mal em qualquer universo de histórias em quadrinhos lhe dirá, é difícil ter um conjunto desses micróbios sem o outro, o que será um problema em qualquer missão futura no espaço..
Sabemos disso graças às descobertas de uma equipe de pesquisa liderada por Petra Schwendner, da Universidade de Edimburgo. Schwendner e sua equipe examinaram o projeto Mars500 - uma espaçonave simulada que foi habitada por 17 meses por uma tripulação de seis homens russos de 2010 a 2011. Especificamente, eles estudaram como as populações de microorganismos mudaram durante o experimento, ao longo do tempo e em diferentes áreas da embarcação.
Influência a longo prazo
"Até agora, pouco se sabia sobre a influência do confinamento a longo prazo nos microrganismos que vivem dentro dos habitats que podem um dia ser usados para viajar para outros planetas, e se a estrutura da microbiota muda com o tempo", disse Schwendner..
Seus resultados mostraram que o confinamento moldou dramaticamente a comunidade bacteriana a bordo da espaçonave. Diferentes áreas tinham assinaturas bacterianas específicas, com áreas comuns, áreas de sono, academia e banheiro tendo a maior atividade. Os menores números de bactérias foram encontrados no módulo médico.
As bactérias mais comuns foram aquelas associadas com humanos, como Bacillus e Staphylococcus. Estes foram provavelmente dispersos pela tripulação e, embora raramente sejam letais, podem estar associados a infecções da pele - particularmente em pessoas com sistemas imunitários comprometidos..
A boa notícia, porém, é que o cronograma de limpeza da equipe manteve o pior dos micróbios na baía..
"Embora tenhamos localizado alguns pontos microbianos onde o número de bactérias era muito mais alto do que em outras áreas", disse Schwender, "ficamos muito aliviados ao descobrir que as contagens totais de bactérias estavam dentro dos limites aceitáveis".
Controle de limpeza
"Devido a medidas apropriadas de limpeza, a comunidade microbiana dentro do habitat estava sob controle em todos os momentos, com pouco ou nenhum risco para a tripulação."
Infelizmente, a doença não é o único risco representado pelos micróbios. "Além dos riscos potenciais à saúde da tripulação, alguns desses microrganismos podem ter um impacto negativo nas espaçonaves, à medida que crescem e podem danificar o material da espaçonave", explicou Schwendner..
"Para garantir a estabilidade dos sistemas, contramedidas podem ser necessárias para evitar o desenvolvimento de microrganismos altamente resistentes e adaptados e uma completa perda de diversidade microbiana."
Os detalhes completos do estudo foram publicados na revista Microbiome.
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